Destinada a 13 etno-regiões inseridas em nove Terras Indígenas do Povo Xavante, a Premiação representa uma iniciativa inédita para esta população que vive na região centro-oeste do Brasil, na Amazônia Legal.

 

Durante os dias 15 e 16 de agosto, o grupo de trabalho técnico da ‘Premiação Xavante’ esteve reunido para concluir mais uma etapa importante na construção deste novo formato de apoio, que o Fundo Indígena da Amazônia Brasileira está desenvolvendo neste ano. Ainda em fase inicial, a premiação tem foco nas iniciativas indígenas que já estão sendo desenvolvidas e realizadas pelos próprios povos, neste caso os Xavante, e vai conceder prêmios aos projetos de pequeno porte, que ajudam na gestão autônoma dos territórios, valorização cultural e incentivam o protagonismo dos Povos Indígenas.

A premiação Xavante originou-se a partir de um convite dos próprios indígenas ao Podáali, e integra o projeto Visão de Futuro do Povo Xavante: Cerrado/ Floresta (Rómhöna Áuwe Uptabi Nhimi Ró’Madö), que por sua vez integra o Programa REM/Mato Grosso.

“A premiação de iniciativas Xavante tem como maior objetivo o reconhecimento e valorização de práticas tradicionais coletivas dos parentes voltadas à gestão territorial e ambiental e a economia sustentável e soberania alimentar. A ação inaugura no Podaáli a primeira experiência de concessão de prêmios. Destaca-se que os premiados investirão os recursos na própria iniciativa coletiva o que proporcionará o fortalecimento e/ou ampliação da mesma. Os processo de premiação pelo Podáali se estrutura com etapas como recebimento de propostas e seleção por comissão independente e a Governança dos processos da premiação, bem como as diretrizes gerais que nortearão todo o processo foram construídas junto aos parentes.” comentou Rose Meire Apurinã, vice-diretora executiva do Podáali.

Neste encontro , foram consolidadas pelo grupo – composto por lideranças Xavante, por representantes da The Nature Conservancy (TNC) no Brasil e pelo Podáali – as diretrizes e critérios da premiação que será lançada em breve. Ficou definido que a premiação vai selecionar iniciativas inseridas em 13 etno regiões Xavante: Maráwatsédé, Pimentel Barbosa/Belém, Etenhiritipá/Caçula, Areões, Norutsu’rã I, Norutsu’rã II, Kuluene/Chão Preto, Ubawawe, São Marcos, Namukura, Vale do Penório, Sangradouro e Marechal Rondon e que os prêmios serão aporte de R$ 20.000,00, para cada contemplada.

Estas etno regiões estão em 9 Territórios Indígenas, localizados em 15 municípios no Mato Grosso. Um destes territórios é a TI Parabubure, que fica em Campinópolis, na Região do Araguaia, onde vivem aproximadamente 16 mil pessoas.

” Estamos desenvolvendo um projeto para estimular a roça comunitária, a roça familiar tradicional. Esta parceria é muito importante, inovadora e necessária, pois os próprios indígenas Xavantes estão deixando de produzir os alimentos tradicionais”, comentou Luiz Tseremeywa, um dos líderes envolvidos nesta construção coletiva, que ressalta a importância da iniciativa para os povos Xavante.

Protagonismo

Além do Grupo Técnico que envolve no processo de construção da premiação algumas lideranças Xavantes, há o Comitê Xavante, composto por dois representantes (um homem e uma mulher) de cada região, totalizando 29 indígenas que vão atuar como articuladores e mobilizadores locais, responsáveis em suas regiões pelo repasse das informações e apoio para as apresentações de propostas.

O projeto inaugura a forma de apoio de premiações do Fundo Indígena da Amazônia Brasileira

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