No dia 29/07 (sexta-feira), durante o Seminário Fundos Socioambientais pela Autonomia dos Povos da Amazônia, a Diretora Executiva do Podáali, Valeria Paye, apresentou o Fundo Indígena da Amazônia Brasileira para um auditório lotado. “Que esse movimento demonstre a resiliência dos povos da Amazônia”, abriu a fala. 

 

Diretora Executiva, Valeria Paye, apresenta Podáali durante o FOSPA

Valéria falou da trajetória de criação do Fundo e destacou a importância do protagonismo das mulheres no movimento Indígena na gestão de recursos. “O Podáali faz parte do movimento indígena e acompanha o que é a caminhada do movimento de mulheres indígenas da Amazônia”.

 

De acordo com dados sobre direitos territoriais e gestão territorial e ambiental, menos de 1% de todo o montante de recursos chegam de fato às terras indígenas. A Diretora do Podáali citou a situação pela qual os povos indígenas passam no acesso a recursos financeiros para apoiar as iniciativas nos territórios: “A gente cuida do meio ambiente e a gente cuida da nossa casa. Parece que isso não é valorizado e muitos dos apoios não chegam a nossa casa”. 

 

Valéria destacou a importância dos povos indígenas no protagonismo da gestão de recursos. “Nós temos nossos planos de vida e é preciso valorizar a nossa autodeterminação. A ideia é que o Podáali não seja apenas um fundo. A ideia é que ele traga a perspectiva indígena em todos os processos do Podáali”. 

 

A Diretora citou a governança, as linhas de atuação, o fortalecimento organizacional pelo qual o fundo tem passado, além de apontar os desafios da organização indígena. 

 

“Nós queremos que os apoios cheguem aos mais longínquos lugares e precisamos considerar as organizações indígenas para fazer com que esses recursos cheguem”. 

 

Valéria chama atenção a todos os presentes que os apoios direcionados aos povos indígenas devem levar em consideração suas formas próprias de organização. Além disso, a gestora destaca ainda que o Podáali está sempre aberto ao diálogo com outros fundos criados pelos movimentos sociais, com o intuito de fortalecer as relações. 

 

Aberta a plenária, PPEcos (Fundos Para Paisagens Produtivas Ecossociais) e Fundo Quilombola demonstraram interesse em fortalecer a relação com os fundos presentes no Seminário. 

Mandala dos fundos criados pelos movimentos sociais é apresentada durante reunião

 

Na manhã do dia 30 (sábado), os Fundos criados pelos movimentos sociais realizaram atividade durante o Fórum Social Pan-Amazônico (FOSPA) intitulado “Os Fundos como instrumento de autonomia!”. 

Representantes de vários fundos discutem caminhos para atuação e fortalecimento conjunto

“Precisamos ter os fundos como instrumento de autonomia, de embate e pressão para apoiar as nossas lutas”, disse Valéria Paye durante diálogo com demais fundos presentes na reunião.

 

Entre os fundos criados na Amazônia, destacam-se o Fundo Dema – criado a partir da demanda de um movimento social (movimento da transamazônica) -, o Fundo Babaçu, criado e gerenciado pelo movimento das quebradeiras, e os Fundos Podáali e Fundo Indígena do Rio Negro (FIRN), criados pelo movimento indígena, e Fundo Puxirum, além do Fundos Mizizi Dudu e Luzia Doroty Espirito Santo. 

 

Cristiane Baré participa de mesa durante FOSPA

A Assessora Jurídica do Podáali, Cristiane Soares, do povo Baré, também compôs mesa de discussão representando o Podáali e a COIAB. A advogada indígena participou da atividade “Diálogo sobre Sociobioeconomia e financeirização da Natureza”. 

 

O Podáali finaliza a participação no FOSPA com avanços para o futuro. A partir das relações e eventos, o Fundo Indígena pretende fortalecer a rede de fundos criados pelos movimentos sociais. A Diretoria Executiva objetiva atuação e promoção de ações em conjunto com as relações estabelecidas.

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