O Fundo Indígena da Amazônia Brasileira iniciou uma etapa importante junto às organizações e grupos indígenas que tiveram propostas selecionadas na primeira  chamada do Podáali. A fase diz respeito à promoção de momentos de diálogos  para ouvir os parentes envolvidos e partilhar orientações fundamentais para a execução e prestação de contas dos projetos.

Foi com esse intuito que o Podáali promoveu três oficinas para garantir o fortalecimento das relações de parceria entre o Podáali e as organizações indígenas proponentes e/ou parceiras ligadas aos 32 projetos contemplados na chamada. 

Com o compromisso de caminhar conjuntamente com as organizações indígenas e de promover processos de apoio que também sejam orientadores e disseminadores de conhecimento para as organizações indígenas e para o Podáali, as oficinas tiveram como ferramenta norteadora a Cartilha de Orientação para a Execução e Prestação de Contas de Pequenos Projetos do Podáali

“As oficinas foram um momento importante para estreitar o diálogo entre o Podáali e os responsáveis pelos projetos. O processo de escuta  constante é uma premissa do Podáali nessa relação de parceria que é regida pela confiança e pelo compromisso mútuo com nosso fundo Indígena. Para nós, a implementação da Chamada Amazônia Indígena Resiste é um momento histórico, que marca o início da caminhada de apoio aos povos, organizações e comunidades indígenas da Amazônia Brasileira através de seu instrumento próprio – o Podáali”, analisa Rose Apurinã, vice-diretora e coordenadora de projetos  do Podáali.

Oficinas foram um exercício para trocar experiências e tirar dúvidas

No primeiro dia de oficina, 26 de junho, estiveram reunidos todos os integrantes da equipe do Podáali, dois facilitadores contratados para desenvolver a cartilha de orientação para prestação de contas de pequenos projetos e explicar os passos necessários para boas práticas de gestão nas oficinas. Além dos responsáveis pelos projetos selecionados no Acre, Amazonas e Roraima.

Nos outros dois dias, 27 e 28 de junho, o mesmo corpo técnico se reuniu com os parentes e integrantes das organizações do Amapá, Pará e Maranhão e posteriormente com os de Tocantins, Mato Grosso e Rondônia.  

Cada oficina teve a duração mínima de três horas e  durante o encontro os temas mais importantes foram apresentados aos participantes, sempre abrindo espaço para perguntas e dúvidas após cada explanação.

Durante as oficinas foram apresentados os principais documentos que as organizações e os parentes vão lidar como os relatórios, tanto o narrativo quanto o financeiro – usados na prestação de contas; o contrato de parceria com o Podáali – e a Cartilha de Orientação para Execução e Prestação de Contas do Podáali na modalidade  pequenos projetos, que traz temas, exemplos e dicas pertinentes para os gestores organizarem as finanças e terem sucesso na realização do projeto como um todo.

“Esta cartilha foi desenvolvida não apenas para a apresentação de regras de uso dos recursos financeiros, mas também apresentando métodos, procedimentos e ferramentas de gestão administrativa e financeira que contribuam no processo de execução e prestação de contas dos apoios na modalidade pequenos projetos, a serem oferecidos pelo Podáali. As principais referências usadas na construção desta versão da cartilha foram a legislação, as normas do Podáali e as necessidades das organizações indígenas, expressas nas propostas apresentadas no âmbito da Chamada”, explica a técnica em projetos do Podáali Rafaela Zincone.

Ainda durante os encontros, o contrato de parceria foi apresentado e sanadas as  dúvidas trazidas pelos participantes. Também foram estabelecidos prazos para os próximos passos. A previsão é que na primeira semana  de julho todos os contratos já estejam firmados e que os repasses dos apoios às organizações indígenas  comecem a ser feitos a partir da segunda semana de julho.

Principais Dúvidas

O orçamento, um dos pontos mais importantes na gestão, foi um tema que mereceu destaque. Muitos participantes mostram-se preocupados com os valores apontados por eles no orçamento enviado durante o período de  inscrição das propostas,visto que os custos de alguns itens descritos já sofreram alterações e agora estão mais caros.

Foi orientado aos parentes e organizações que tiverem os orçamentos desatualizados para que entrem em contato com a equipe do Podáali, para comunicar as alterações e assim, juntos possamos encontrar um modo de fazer os devidos ajustes. Tudo para que não onere o valor do projeto, pois o aporte que vai ser recebido não terá acréscimo, tendo em vista que os recursos captados para a realização da chamada já estão definidos.

Outra dúvida frequente foi em relação às organizações e associações que estão em processo de mudança em cargos de direção ou de tesoureiro e contador. Nestes casos, a orientação é que também busquem o Podáali para compartilhar as alterações nos prazos e nos nomes das equipes.

Dica que vale ouro

Uma orientação muito importante pontuada pelo especialista em gestão financeira Gael Ferreira é que os responsáveis pelos projetos contratem um contador para realizar a prestação de contas, emissão de notas e  calcular os custos dos impostos a serem pagos. Um técnico especialista ajuda na garantia de que os cálculos para pagamento de impostos de serviços ou produtos estejam corretos e evita maiores problemas no orçamento, como prejuízos.

“Aqui durante as apresentações não apareceram dúvidas, mas eu acredito que estamos no bom caminho. Estou muito feliz em poder contar com o podáali”, comentou a parente Darlene no último dia de oficina

A diretora executiva do Podáali Valéria Paye fez questão de destacar, durante os três dias, que o Podáali e toda a equipe técnica, além da diretoria executiva está à disposição para dialogar com os parentes em busca da melhor solução.

“A gente sabe que nessa caminhada vão aparecer desafios, mas estamos aqui para afirmar a nossa parceria com vocês. Nós estamos juntos compartilhando essa responsabilidade e qualquer dúvida ou dificuldade que vocês tenham, vocês tragam para a gente, que nós vamos atrás das soluções juntos”, enfatizou Valéria durante as oficinas.



 

 

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