Em uma iniciativa que reuniu lideranças globais para debater estratégias de resistência e transformação, o Podáali marcou presença no “Consulta Global Thousand Currents” e “Fórum AWID”, realizado entre 28 de novembro e 5 de dezembro em Bangkok, Tailândia. Representando o Fundo Indígena, a diretora secretária, Cláudia Baré, trouxe perspectivas das comunidades indígenas brasileiras para um debate de alcance mundial.
O evento, organizado pela Thousand Currents, reuniu representantes de movimentos sociais da América Latina, Caribe, Ásia, Pacífico e África, com o objetivo de atualizar o plano estratégico global da organização. As discussões focaram em temas cruciais como justiça climática, soberania alimentar e justiça econômica, visando traçar prioridades até 2026.
“Como mulher indígena, posso dizer com segurança que financiar nossos territórios é mais do que uma questão financeira; é um ato de resistência e de retomada da nossa autonomia como povos indígenas para fazer o impossível”, destacou Claudia Baré durante sua intervenção no fórum.
Resistência e lideranças femininas
Um dos pontos centrais do evento foi a valorização do conhecimento das mulheres líderes de base, especialmente na proteção das florestas e dos rios. As discussões ressaltaram a necessidade de resistir às soluções corporativas para a crise climática e buscar alternativas guiadas pela sabedoria e experiência das comunidades.
Justiça climática como ato de resistência
A participação do Podáali no fórum reforça o papel fundamental das comunidades indígenas na construção de soluções inclusivas e sustentáveis para os desafios globais. A fala de Claudia Baré ecoou a importância de investir em territórios indígenas como uma forma de resistência à exploração e ao colonialismo, promovendo autonomia e liderança das comunidades.
Próximos passos
A Thousand Currents destacou que o resultado final desse processo será apresentado em 2026, incluindo uma síntese das contribuições globais, desafios identificados e áreas de convergência. A organização reafirmou seu compromisso em moldar estratégias guiadas pelas comunidades parceiras, garantindo que os movimentos sociais tenham acesso a recursos mais efetivos e relevantes.
Parcerias globais
O encontro contou com a participação de importantes parceiros globais, como a Lilak (Purple Action for Indigenous Women’s Rights), Focus on the Global South, DIVA for Equality, APWLD (Asia Pacific Forum on Women, Law and Development), FEMNET Secretariat, SPFT (Southern Peasants Federation of Thailand) e PANG (Pacific Network on Globalization). As organizações contribuíram com experiências diversas para a formulação de uma visão coletiva de mudança.
O evento simbolizou um chamado à reconexão com a terra e a comunidade como base para enfrentar desafios como a gentrificação, o racismo e o colonialismo, construindo um futuro mais justo e sustentável para todos.