Durante os dias 03 e 05 de agosto, aconteceu a XIII Assembleia Geral da COIAB, na aldeia Manga, Terra Indígena Uaçá, município do Oiapoque – Amapá. A Assembleia, que acontece a cada 4 anos, foi prorrogada para acontecer em 2022 devido a pandemia causada pela COVID-19. A Diretora Executiva, Valéria Paye, apresentou o Podáali para os delegados, conselheiros e convidados presentes. A apresentação aconteceu na noite do segundo dia (04). A partir da Assembleia, a nova Coordenação Executiva da COIAB foi eleita. 

 

Valeria Paye apresenta o Podáali durante 13ª Assembleia Geral da COIAB. Foto: ISAKA HUNI JKUIN (AC) – Rede de Jovens Comunicadores Indígenas da COIAB

“O Podáali está dentro da grande rede do movimento indígena liderado pela COIAB. Nesse diálogo, podemos compartilhar um pouco com vocês desse processo de construção de um instrumento que o movimento indígena colocou como um desafio para ser enfrentado e que está ai em processo, nascendo essa ferramenta”, disse Valéria durante apresentação na plenária. 

 

Estavam presentes na Assembleia em média mil pessoas, de acordo com dados da Secretaria da COIAB. 240 delegados dos 9 estados da Amazônia Brasileira, além de convidados e apoiadores acompanharam atentos a apresentação. Além de Valeria Paye, a Diretora Secretária, Claudia Baré; a Assessora Jurídica, Cristiane Baré; e o Comunicador, Tarisson Nawa,  estavam presentes enquanto equipe do Podáali. Algumas lideranças se manifestaram interessadas em acompanhar o novo instrumento do movimento indígena e parabenizaram pela iniciativa do Fundo. 

 

“Eu não conhecia o Fundo e é motivo de alegria saber que agora temos onde conseguir nossos apoios. Na nossa Terra Indígena precisamos ser apoiados na nossa autodemarcação e o Fundo pode ser um caminho para o apoio”, disse a liderança e delegada pelo Acre, Lucila, do povo Nawa. 

 

Com a Assembleia, a nova coordenação geral da COIAB foi eleita. Os nomes e os respectivos cargos da próxima gestão são:  

 

Novos coordenadores e coordenadoras da Executiva da COIAB. Da esquerda para a direita: Dineva Kaiabi, Marciely Tupari, Alcebias Sapará, Toya Manchineri, Avanilson Karajá, Sérgio Galibi-Marworno. Foto: ISAKA HUNI JKUIN (AC) – Rede de Jovens Comunicadores Indígenas da COIAB

Toya Manchineri / AC –  Coordenador Geral; 

Alcebias Sapará / RR –  Vice Coordenador;

Avanilson Karajá / TO – Primeiro Tesoureiro;

Dineva Kayabi / MT – Segunda Tesoureira;

Marciely Tupari / RO – Primeira Secretária;

Sérgio Galibi-Marworno / AP – Segundo Secretário.

 

 

 

 

 

Outras instâncias do movimento indígena nacional e internacional, nas quais a COIAB tem assento, também elegeram os representantes durante a Assembleia:

Kleber Karipuna / AP – Representante da Coiab na Apib;

Angela Kaxuyana / PA – Representante da Coiab na Coica;

 

Coordenador Executivo eletivo, Toya Manchineri levanta bandeira do seu estado, o Acre. Foto: ISAKA HUNI JKUIN (AC) – Rede de Jovens Comunicadores Indígenas da COIAB

“Esse momento é uma grande honra receber votos de todos os cantos. Isso significa que começamos a nos unificar. Nós temos nossas diferenças, mas nossas diferenças devem estar abaixo das nossas conquistas e os nossos direitos devem prevalecer”, disse Toya durante o discurso de eleição para Coordenador Executivo da COIAB para os próximos 4 anos. 

O Conselheiro do Podáali, representante do Tocantins, Avanilson Karajá, foi eleito como Coordenador Tesoureiro e irá se juntar às demais lideranças indígenas para a nova gestão da COIAB.

Além das plenárias sobre conjuntura política, movimento de mulheres indígenas da Amazônia e candidaturas indígenas, a assembleia foi um espaço para apresentação do balanço de atividades e avanços da coordenação da coordenação de 2017-2022. 

 

 

Ex-coordenadora Tesoureira, Angela Kaxuyana discursa para plenária. Foto: ISAKA HUNI JKUIN (AC) – Rede de Jovens Comunicadores Indígenas da COIAB

Angela Kaxuyana, ex-coordenadora Tesoureira, disse ter enfrentado três desafios durante a gestão. “A luta do movimento indígena nunca foi fácil. Esses últimos anos foram totalmente atípicos, desde os 30 anos de existência da COIAB. O primeiro cenário era o de compor uma coordenação executiva paritária e comandada pela primeira mulher indígena dentro da coiab; o segundo cenário era que estávamos assumindo às vésperas de um governo, que pela primeira vez na história desse país, declarou que os povos indígenas eram seu inimigo número 1; o terceiro desafio foi que nenhum coordenador, desde 1989, nunca enfrentou uma situação que o mundo enfrentou, que foi a pandemia”. Além de Angela, Nara Baré foi homenageada pela sua delegação e recebeu um cocar simbólico, para representar a luta e as superações dos desafios que enfrentou durante a gestão enquanto coordenadora executiva. 

 

Com a finalização dos três dias de discussão, os conselheiros votaram para a realização da próxima assembleia avaliativa, que acontecerá em 2024, em Roraima, e para a assembleia eletiva, que acontecerá no Tocantins, em 2026. 

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