Por Ascom Podáali e Waithy Xerente (ARPIT) / Fotos: Sikupti Xerente (ARPIT)

Ocorreu, entre os dias 18 e 19 de dezembro, no território indígena Karajá Xambioá, nas margens do rio Araguaia, a II Assembleia Geral da Articulação dos Povos Indígenas do Tocantins (ArPIT). A reunião contou com apresentação cultural, criação do Estatuto Social da ArPIT e votação para compor a Coordenação Executiva e Conselho Fiscal. Representantes da COIAB e Podáali marcaram presença no diálogo e aproximação com as lideranças.

Apresentação da chapa eleita durante Assembleia Geral

Durante o período de debates e manifestações por parte dos parentes, houve a composição da chapa para a Coordenação da articulação, com a priorização da participação de lideranças femininas e da juventude na composição. Para os indígenas presentes, é um momento histórico na Articulação. “É tempo de respeitar as vozes de mulheres e jovens dentro e fora das decisões políticas, dando visibilidade em lugares não ocupados em tempos passados. Estamos vivendo dias de mudanças e crescimento na luta pelos direitos dos povos indígenas”, reforçou a jovem Sikupti Xerente.

A ArPIT foi criada em 2015 e representa 9 povos indígenas do Tocantins: Karajá, Karajá Xambioá, Javaé, Krahô Kanela, Kanela do Tocantins, Krahô, Xerente, Apinajé e Ava Canoeiro. A reunião contribuiu para institucionalizar a organização e fortalecer os territórios indígenas os quais a ArPIT representa. “Os próximos passos será registrar a organização como pessoa jurídica e articular recursos para fortalecê-la, inclusive através dos apoios que serão oferecidos pelo Podáali”, apontou Avanilson Karajá, articulador da ArPIT.

Rose Apurinã, Vice-Diretora do Podáali, fala para lideranças indígenas em mesa de discussão

A Vice-Diretora do Podáali, Rose Meire, do povo Apurinã, estava na reunião com o objetivo de apresentar o Fundo aos parentes do Tocantins presentes na Assembleia. Rose relatou o papel importante das lideranças para o Fundo Indígena: “A ArPIT faz parte da rede Coiab e caminha junto nas lutas, inclusive na participação no processo de discussão e planejamento para a criação do Fundo Indígena da Amazônia Brasileira, o Podáali”.

Para a Coordenação Executiva da ArPIT, os nomeados foram: Marquinho Karajá (Presidente); Amaré Krahô Kanela(Vice-Presidente); Sikupti Xerente (1° Tesoureira); Jurandi Krahô (2° Tesoureiro); Idjawala Karajá (Secretário); Ariele Karajá (Diretora de Articulação) e Glauco Karajá (Suplente geral). Para o Conselho Fiscal da ArPIT, foram nomeados: Domingos Xerente; Gecilia Krahô e Evangelista Apinajé.

Na oportunidade, Rose Apurinã conversou com representantes da Coordenação das Organizações e Articulação dos Povos Indígenas do Maranhão (COAPIMA), presentes na Assembleia. A conversa possibilitou conhecer sobre dois Fundos no Maranhão: o Fundo do Governo do Estado, com apoio aos povos indígenas, e o Fundo Timbira, de iniciativa dos próprios indígenas do Maranhão. Este último vai lidar com recursos de compensação ambiental gerenciados pelos indígenas. “É importante nos mantermos em contato para fortalecer as estratégias locais de captação de recurso e ainda ter o Podáali como alternativas em processos maiores de captação”, disse Edilena Krikati durante a conversa com a Vice-Diretora do Podáali.

Rose Apurinã dialoga com lideranças indígenas representantes de Fundo Timbira e COAPIMA, do Maranhão. Em vermelho, Edilena Krikaty/Coapima; em branco, Jonas Gavião/Fundo Timbira

Abaixo, nova Coordenação Geral da ArPIT (da direita para a esquerda): Evangelista Apinajé; Jurandi Krahô; Glauco Karajá; Amaré Krahô; Domingos Xerente (de cocar); Ariele Karajá; Marquinho Karajá; Sikupti Xerente; Gercília Krahô, Toya Manchineri (COIAB) e Rose Apurinã (Podáali).

Para ver mais registros, acesse a galeria de fotos abaixo, da Comunicadora da COIAB Sikupti Xerente.

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