Em Brazzaville, capital da República do Congo, o Podáali – Fundo Indígena da Amazônia Brasileira está participando desde o dia 26 de maio do 1º Congresso Global dos Povos Indígenas e Comunidades Locais das Bacias Florestais. O evento reúne lideranças indígenas e comunitárias de diferentes partes do mundo.
Representado por seu conselheiro fiscal, Mário Nicácio, do povo Wapichana, o Fundo Podáali integra as discussões estratégicas ao lado de uma delegação do Brasil, composta por lideranças que também fazem parte dos conselhos do Podáali. Estão presentes o coordenador-geral da COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) e presidente do conselho deliberativo, Toya Manchineri; a representante da Coiab na Bacia Amazônica e conselheira fiscal Angela Kaxuyana; o coordenador da APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) e também conselheiro fiscal, Kleber Karipuna; além da coordenadora da COAPIMA (Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão) e conselheira deliberativa, Marcilene Guajajara. Também participam outros líderes que ajudam a ecoar a voz do Fundo Indígena.
Durante os debates, Mário apresentou a experiência do Fundo Podáali, iniciativa criada por lideranças indígenas que integram a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) para garantir recursos diretos e geridos pelos povos indígenas da região. “Estamos aqui compartilhando aprendizados e mostrando que é possível apresentar resultados a partir de uma estrutura própria, que respeita nossos modos de vida e as prioridades das nossas comunidades”, explicou.
A agenda do Congresso irá até o dia de maio, e inclui a elaboração de um plano de ação com as prioridades dos Povos Indígenas e Comunidades Locais (PI&CLs) das bacias florestais, além da produção de uma declaração conjunta com demandas para a COP 30, que será realizada em Belém do Pará, Brasil, em 2025. Outro ponto central do encontro é o diálogo sobre o Tropical Forests Forever Facility (TFFF), proposta de um novo mecanismo de financiamento com alocação direta e dedicada aos PI&CLs.
Para o Fundo Podáali, que atua com base em um modelo de governança indígena e territorial na Amazônia brasileira, o Congresso é uma oportunidade de fortalecer alianças internacionais e ampliar o reconhecimento da importância dos fundos indígenas como instrumentos efetivos para a canalização de recursos climáticos.
“Estamos levando ao mundo que é possível, sim, fazer uma gestão com mecanismos próprios, com governança feita pelos próprios povos indígenas, com prioridade para atender as comunidades da região da Amazônia”, afirmou o conselheiro fiscal.
O evento também promove espaços de protagonismo para mulheres e jovens indígenas, e inclui sessões técnicas sobre direitos territoriais, economia da floresta, biodiversidade, políticas públicas e instrumentos financeiros. Ao final do Congresso, será apresentada uma Declaração Final com encaminhamentos e pactuações com doadores e parceiros institucionais.