A nova modalidade de apoio do Fundo Indígena da Amazônia Brasileira, ainda em fase de construção, ilustrou o painel ‘Engajando Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais e Locais no evento ‘Conversas do Cerrado: Preservação & Desenvolvimento Sustentável.

O cerrado, segundo maior bioma da América do Sul, abriga uma diversidade enorme de povos e comunidades tradicionais, que nele vivem há mais de 12 mil anos – muito antes dos europeus chegarem ao Brasil. Esses povos, de cultura ancestral, vivem em harmonia com o meio ambiente – tiram seu sustento, principalmente, da agricultura familiar, do artesanato e do extrativismo e são detentores de profundo conhecimento sobre a natureza e seus aspectos nutricionais e medicinais. 

Por essas características, os povos e comunidades do Cerrado atuam como verdadeiros guardiões da água e da biodiversidade, neste sentido o debate sobre a preservação e desenvolvimento sustentável do bioma não pode excluir vozes tão importantes.

O Podáali dialogou com parceiros, pesquisadores, representantes de instituições do governo, de empresas privadas e da sociedade civil durante a conferência ‘ Conversas do Cerrado – Preservação e Desenvolvimento Sustentável’, promovida pela Embaixada dos Estados Unidos e a The Natural Conservancy Brasil, no dia 21 de setembro, em Brasília. 

“Nossa participação no evento tem como objetivo demonstrar que os povos indígenas têm suas estratégias e mecanismos próprios para que nossas iniciativas sejam apoiadas diretamente e que as parcerias precisam olhar a diversidade, realidade, modos de fazer e  formas próprias de organização social de cada povo. O Podáali segue nessa incidência junto aos apoiadores, na perspectiva de juntos construirmos regras mais flexíveis.” observa Rose Meire Apurinã, vice-diretora do Podáali.

O Podáali participou do painel, ‘Engajando Povos Indígenas e Comunidades Locais’ onde foram abordados os desafios, oportunidades e soluções potenciais para enfrentar o desmatamento e desequilíbrio do bioma e que contou com a participação de Hélcio Souza, representando a TNC Brasil, Dionete Figueiredo, pela COPABASE e Luiz Carrara, pela Central do Cerrado. 

Premiação Xavante

Provocado pelos próprios indígenas Xavante – que possuem territórios entre os biomas Amazônia e  Cerrado – ainda em fase de  construção, a nova  modalidade de apoio do fundo vai premiar iniciativas e ações realizadas por esse povo nas linhas de Gestão Territorial e Ambiental e Economia Sustentável e Soberania Alimentar, no intuito de valorizar e promover estas ações, tradicionalmente realizadas pelos parentes Xavante e que tanto contribuem para frear os efeitos das mudanças climáticas. 

Serão premiadas 16 iniciativas e os recursos da premiação serão investidos em ações de continuidade e/ou ampliação das mesmas.