A Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Amapá e do Norte do Pará (Apoianp) realizou a IV Assembleia, de 17 a 20 de outubro, em Macapá, e reuniu representantes de organizações de base dos povos indígenas, de órgãos federais e estaduais e parceiros.

 

O Podáali, como mecanismo técnico do Movimento Social Indígena prioriza estar junto aos parentes e organizações de base para acompanhar os debates sobre os desafios e conhecer de perto a realidade de cada povo que habita a Amazônia Brasileira e, assim, apoiar iniciativas e projetos que são importantes  para cada região. O fundo, representado pela diretora executiva, Valeria Paye, participou da IV Assembleia da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Amapá e Norte do Pará ( Apoianp), no Amapá, Estado que teve três projetos selecionados na chamada Amazônia Indígena Resiste.

Representantes das seis Terras Indígenas que compõem a região (Wajãpi, Galibi, Uaçá, Juminã, Paru D’ Este e Parque Tumucumaque) e convidados, debateram sobre  conjuntura de mobilização nacional em defesa dos direitos indígenas, fortalecimento do movimento indígena, estratégias para implementação de políticas públicas de saúde e educação e como enfrentar as ameaças e conflitos, os efeitos das mudanças climáticas nos territórios e fortalecer as cadeias produtivas e a segurança alimentar.

O coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Kleber Karipuna – que também integra o Conselho Fiscal do Podáali – destaca a relevância do encontro entre os povos do Amapá e norte do Pará, no cenário atual em que os povos indígenas enfrentam o andamento de Projetos de Lei, que defendem a tese do marco temporal, nas casas legislativas federais.

“O Brasil vive um novo momento, com grande protagonismo indígena, com lideranças ocupando cargos no poder executivo, mas também de grandes desafios e ameaças, seja de tentativas de impor retrocessos legislativos aos direitos indígenas, que estão em curso no Congresso Nacional, seja de ameaças nos territórios, com garimpeiros ilegais, grileiros e desmatamento.” , pontuou a liderança.

Assembleia reuniu parentes que vieram dos territórios e agentes públicos das esferas federal e estadual. ( Foto: Divulgação Apoianp)

Apoianp

A Apoianp é a instância máxima de articulação e coordenação do movimento indígena na região, agrega 13 organizações indígenas de base e 11 povos indígenas no extremo norte do Brasil. Com sede na capital do Amapá, foi criada pelos povos, organizações e lideranças indígenas do Estado do Amapá e norte do Pará, em um processo amplo de discussão que culminou na sua 1ª Assembleia Geral, realizada em maio de 2016, com a participação de caciques e lideranças indígenas de povos e organizações das quatro regiões da base de articulação da APOIANP: Região Parque Indígena do Tumucumaque; Região Rio Parú D’Este; Região Oiapoque e Região Wajapi. 

A coordenação da Apoianp atualmente é   composta por: Enzo Galibi Marworno, Coordenador Executivo-interino da Região do Oiapoque; João Paulo Waiãpi, Coordenador Executivo da Região Wajapi; Demétrio Tiriyó, Coordenador Executivo da Região do Parque do Tumucumaque; Ariné Waiana Apalai, Coordenador Executivo da Região do Rio Paru D’este. 

 

Durante a IV Assembleia, também foram escolhidos os representantes da Apoianp no Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI). O Amapá e Norte do Pará serão representados por Aventino Kaxuyana Tiriyó e os suplentes são Luene Karipuna e Kamoju Waiãpi.

 

Amazônia Indígena Resiste

Os três projetos selecionados pelo Amapá, na modalidade de estreia do Podáali foram:  Wëri,kïrï marë tïkapï tïrëin – Artes das Mulheres e dos Homens: trabalho com sementes e madeira, Maxe pu djivã (Andar para frente): Fortalecimento da AIKA e do movimento indígena no Oiapoque e Fortalecimento e valorização da cultura Palikur. Todas iniciativas estão em fase de implementação das atividades.

“Acompanhar de perto estes debates e as reivindicações de lideranças é muito importante para nós do Podáali, pois temos a missão de apoiar estes povos e de identificar as urgências de cada região, para assim organizar estratégias para que os parentes sejam protagonistas das ações que vão promover a mudança para cenários mais positivos. Temos 3 projetos selecionados aqui no Amapá, pela chamada Amazônia Indígena Resiste, e estar aqui em diálogo com os coordenadores acompanhando de perto a execução das atividades é parte do nosso trabalho. “, observou a diretora executiva do Podáali, Valeria Paye.

 

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